A jornalista Cristina Serra criticou, nesta terça-feira (18), durante uma entrevista à Rádio Metropole, os processos movidos pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), ICL (Instituto Conhecimento Liberta) e a Agência Pública.
Na semana passada, a Justiça suspendeu uma reportagem do Congresso em Foco após ação de Lira. Foi uma entrevista da ex-mulher do deputado federal, Julyenne Lins, que o acusa de violência doméstica e sexual.
“Ter um juiz que acata uma ação que pede uma censura, isso é uma agressão à liberdade de imprensa, princípio básico da Constituição brasileira. Isso é muito grave e revela um pouco da parcela do Judiciário brasileiro que afronta a constituição ao acatar uma censura ao órgão de imprensa”, avaliou Cristina Serra.
A jornalista também criticou a postura autoritária de Arthur Lira, que, na avaliação dela, utiliza dos processos judiciais para intimidar os veículos. Para ela, uma figura pública não deveria limitar a imprensa a circular informações sobre a pessoa.
“Do ponto de vista da política, esse lado autoritário de Arthur Lira, como presidente da Câmara dos Deputados, faz ele achar que pode afrontar a Constituição. Isso sem se dar conta de um aspecto essencial do exercício da função pública, que é ser submetido ao escrutínio das suas ações pela sociedade e pela imprensa. Ainda que seja algo que aconteceu no âmbito familiar. Ressalto que a vida íntima da pessoa, deve ser respeitada e preservada, acontece que neste caso há uma denúncia de um crime e isso deve ser levado em consideração”, afirmou.
Confira a entrevista na íntegra: