O senador Jaques Wagner (PT-BA) afirmou, em entrevista à Rádio Metropole nesta segunda-feira (22), que sua atuação na condução da votação do PL da Dosimetria e o que elevava as alíquotas de bets e fintechs no Senado ocorreu em um contexto no qual a derrota do governo já era dada como certa.
Segundo ele, apesar de ser contrário ao mérito da proposta da Dosimetria, a maioria parlamentar estava consolidada, o que limitou as alternativas políticas. “estava consagrado que tinham maioria para votação desse PL”, disse o senador, ao relatar que três tentativas de adiar a análise da matéria foram derrotadas.
Wagner contou que acompanhava a votação enquanto participava de uma reunião ministerial e decidiu ir à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) após as derrotas nos pedidos de adiamento. Ele relatou diálogo com o senador Otto Alencar e afirmou que não havia mais espaço para reverter o cenário. “O jogo estava jogado. Remanescia uma hipótese de Otto dar uma vista de 5 dias e iria cair para o ano que vem a e na minha opinião a gente não ia ganhar nada e ai fizemos esse combinação”. O senador reforçou que sua posição pessoal sempre foi contrária ao projeto. “Nunca defendi e nem votei a favor do PL da dosimetria, infelizmente a votação foi 48 a 25, mas a votação foi semelhante ao que teve na Câmara”.
Diante das críticas, Jaques Wagner negou ter feito acordo envolvendo o mérito da proposta ou consultado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.egundo ele, a condução teve como objetivo viabilizar a votação de outro projeto de interesse do governo, como o que trata da taxação das bets, mas sem negociação sobre a dosimetria.
“Não vendi democracia nenhuma, o presidente Lula já disse que vai vetar e nós votamos contra. Mas democracia é isso: quem tem maioria ganha. Só fiz condução para atingir um objetivo que nós tinhamos. não negociei Dosimetria, não negociei nenhuma dessas pautas fundamentais para o governo brasileiro”.
Confira a entrevista na íntegra:

