Os supersalários e os penduricalhos que turbinam vencimentos no alto escalão dos poderes da República, em especial no Judiciário e no Legislativo, voltaram ao centro do debate público. Durante o Jornal da Metropole no Ar desta terça-feira (8), Mário Kertész criticou duramente a aceitação passiva da sociedade diante de privilégios que contrastam com a desigualdade social no Brasil.
“É inacreditável como a maioria do povo brasileiro aceita mansamente os supersalários pagos num país com tanta desigualdade, com tanta miséria, em todos os setores, no Executivo, no Legislativo, no Judiciário, sobretudo no Legislativo e no Judiciário Federal e Estadual. As discrepâncias são fantásticas, penduricalhos de todo tipo, férias e recessos e tudo, como se o país fosse milionário, como se a maioria da população vivesse muito bem”, disparou.
MK lembrou que o Brasil tem o segundo parlamento mais caro do mundo, ficando atrás apenas dos EUA. Segundo ele, enquanto nações ricas e com menos desigualdade operam com contenção de gastos, o Estado brasileiro segue bancando regalias, diárias e bônus a magistrados e parlamentares, mesmo diante de denúncias de duplicidade de pagamentos, como mostrou auditoria recente no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Não é possível que a gente assista a isso calma e placidamente. Nós temos que ir às ruas, temos que nos movimentar”, declarou MK, em tom de apelo à mobilização popular.
Apesar das justificativas oficiais para os benefícios, como a alegação de que não ferem o teto constitucional por serem indenizatórios, MK afirmou que o discurso da contenção de gastos recai apenas sobre os mais pobres. “O governo Lula está querendo aumentar impostos dos ricos para diminuir os impostos dos pobres, exatamente o contrário do que o presidente americano fez”, disse, ao concluir que, sem pressão popular, o Congresso atual será reeleito em bloco.
Confira o editorial na íntegra: