Alckmin viaja ao México para reforçar comércio bilateral em meio a tarifaço dos EUA

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, embarca nesta semana para o México em uma agenda voltada ao fortalecimento das relações comerciais entre os dois países. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, fará parte da comitiva.

Os compromissos ocorrem na quarta (27) e quinta-feira (28). Alckmin se reunirá com a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, e participará do Fórum Empresarial Brasil-México, que reunirá cerca de 250 empresários de ambas as nações.

No último sábado (23), em evento em São Paulo, o vice-presidente afirmou que a viagem integra a estratégia de “abrir mais mercados” diante das tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros.

“Nós temos uma corrente de comércio com o México significativa, no ano passado foram 7,8 bilhões que nós exportamos e eles exportaram para nós 5,8 bilhões. Nós podemos fazer crescer essa corrente de comércio”, afirmou Alckmin.

Ele destacou o superávit brasileiro na balança com os mexicanos e disse ver potencial de crescimento em setores como energia, agroindústria, biocombustíveis e equipamentos médicos.

Assim como o Brasil, o México também enfrenta barreiras tarifárias impostas pelos EUA. Atualmente, veículos mexicanos pagam sobretaxa de 25% para entrar no mercado americano, enquanto aço, alumínio e cobre são taxados em 50%. Uma tarifa ampla de 30% sobre outros produtos está temporariamente suspensa por dois meses.

Com esse cenário, o México se tornou o segundo maior comprador de carne bovina brasileira, ultrapassando os EUA.

Ainda em julho, duas semanas após o anúncio das novas alíquotas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone com a presidente mexicana. Na ligação, Lula reforçou a importância de se aprofundar as relações econômicas e comerciais entre os dois países, mencionando um “momento de incertezas”.