O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a instituição financeira entende que o ritmo de corte de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros é o ideal para o cenário econômico atual. A declaração foi feita nesta terça-feira (7), durante o Fórum de Investimento 2024.
Segundo Campos Neto, o BC não tem previsão de quando a taxa básica de juros vai cair, assim como ainda não consegue projetar qual será a realidade econômica até as reuniões do comitê após janeiro. Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano,
“50 pontos é um ritmo apropriado, e a gente tem a visibilidade de duas reuniões”, afirmou o economista. “A gente precisa analisar ponto a ponto, tem um cenário global que se complicou, tem algumas incertezas no cenário local. A gente usou a palavra próximos, que significa que a gente consegue enxergar as próximas duas reuniões, a princípio. Sinalizar muito mais do que isso, não tem valor esperado, dada a tamanha certeza que existe, tanto global quanto local.”
Meta fiscal
Durante o evento, Campos Neto também se manifestou a respeito da divergência entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), sobre zerar o déficit público em 2024. O mandatário defendeu que a meta não deveria ser uma prioridade do governo federal, mas o chefe da pasta discordou e disse que fará “o máximo de esforço possível” para atingir o número.
Já o presidente do BC declarou apoio a Haddad. “O problema quando você afrouxa a meta, é que vai gerar aquele problema de expectativa pior para frente. Se foi feito um grande esforço de arcabouço fiscal, e a gente não faz uma grande força para perseguir a meta, as pessoas vão ter mais dificuldade em projetar o fiscal de 2025 e 2026. Isso vai gerar prêmio de risco, e o prêmio de risco é um custo”, afirmou.